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ATIVIDADE 1

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Primeiro Relato

 

     Lendo os relatos das colegas e a partir de uma conversa com uma colega, lembrei do caso de uma aluna, com necessidades especiais comprovada em laudos, mas que em relação ao raciocínio lógico matemático é muito bem desenvolvido, claro que apresenta dificuldade na motricidade fina, facilmente se dispersas por qualquer motivo, apresenta em sua fisionomia e fala algumas características específicas das suas dificuldades, mas como eu trabalho com ela a disciplina de matemática, eu não encontro grandes dificuldades, ela tem demonstrado um raciocínio e interpretação cada vez melhor, no que refere a compreensão das atividades propostas e conclusões das mesmas com precisão, procuro trabalhar de forma diversificada em relação a sua motricidade fina, estamos tendo bons progressos, mas em relação a algumas outras disciplinas e professores o caso é bem diferente, tanto que ela está repetindo a 4ª série novamente nesse ano, porque alguns professores relataram que ela não estava apta a freqüentar a série seguinte. Em relação ao seu convívio com os demais colegas também está melhorando, os mesmos já aceitam mais tranquilamente, como muitas vezes ela baba demais, os colegas ficam se esquivando de sua companhia, mas como ela é uma ótima jogadora de futebol e torcedora fanática do colorado, os colegas meninos a aceitam nos jogos tranqüilamente. A família está sempre presente na escola, ela tem acompanhamento com vários médicos, até porque ela tem várias doenças crônicas, mas percebemos que a mãe sente muito com essas limitações da criança.

     Como ela não é agressiva e esta tendo alguns progressos, a escola de modo geral não se envolve e nem se preocupa com o caso dela, deixando tudo aos encargos de nós professores. E como mudou bastante os professores que estão trabalhando com ela esse ano, creio que teremos melhores resultados, tanto em relação a sua aprendizagem de modo geral, como também em sua socialização com os demais.

 

 

 

Segundo Relato

 

     Há quatro anos atrás, quando ingressei na escola que estou atualmente no turno da manhã, eu tinha uma turma de 3ª série, onde a maioria tinha a mesma idade, o mesmo nível de entendimento e compreensão e depois de uma semana eu recebi um aluno de inclusão com 18 anos de idade e que já freqüentava a escola a um ano, mas no turno contrário ao meu. Quando ele entrou em minha sala, todos ficaram apavorados, inclusive eu, porque como eu já disse, já fazia uma semana que as aulas tinham iniciado e ele não tinha aparecido e ninguém tinha me comunicado nada e de repente abro a porta e me deparo com dois homens brabos (era ele e o pai na porta) e um dizia que era para entrar e o outro dizendo que não queria ficar na escola. Após alguns acordos entre ele (Anderson), o pai e eu, o moço entrou e ficou no fundo da sala, sem fazer ou dizer alguma coisa. Ao término da aula fui conversar com o setor de orientação da escola sobre o Anderson e o que me relataram era que ele era calmo, obediente e que não se envolvia em confusão.

     Fiquei algum tempo angustiada sem saber o que fazer direito, porque era mães apavoradas com o rapaz que ficava junto com os seus filhos, se ele era agressivo, se tomava algum medicamento entre outros fatos.      Com o passar do tempo, consegui manter um dialogo com ele, descobri que ele gostava muito de pintar e pintava muito bem e a partir daí o restante da turma iniciou uma conversa com ele, porque até o presente momento a maioria tinha receio dele, tanto em relação ao seu tamanho, como em relação ao seu desleixo consigo mesmo, como não gostava de tomar banho, ele tinha um mau cheiro que incomodava a todos.      Comecei a chamar os pais para conversar sobre o Anderson, mas sempre comparecia o pai, e o mesmo não aceitava a limitação e dificuldades do filho, e se referia ao mesmo como vadio. Entre as conversas fiquei sabendo que ele já tinha freqüentado uma escola especial (Lampadinha), mas o pai o tirou, porque ele dizia que o filho não tinha nada, somente preguiça. O Anderson não conseguia acompanhar a turma, era lento, tímido, tinha dificuldade de aprender, compreender, raciocinar,... Com o passar do tempo a maioria aprendeu a conviver com o Anderson, ele era infantil e gostava muito de brincar na pracinha como o restante da turma e realizava as mesmas brincadeiras que os demais. Em uma das nossas conversas descobri que o sonho dele era voltar a freqüentar a escola que ele adora que era o Lampadinha, relatava que lá ele se sentia bem, tinha vários amigos e namorada. Voltei a conversar com o pai sobre o desejo do filho de retornar a antiga escola, mas o pai não aceitava em hipótese alguma e dizia que o lugar dele era ali, a orientadora aconselhou então a procurar uma escola no turno da noite EJA, para ver se ele se sentia melhor e não faltava tanto a aula. A mãe nunca compareceu a escola. No final do ano ele permaneceu na 3ª série, porque ele tinha muitas dificuldades, e como relatei era infrequente (ficava muitas vezes caminhando pelas ruas e não vinha a escola). 

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