UNIDADE 02

Trabalho 40 horas, sendo que no turno da manhã tenho cinco 4ª séries com a disciplina de matemática, no município de Cachoeirinha, na E.M.E.F Portugal e no turno da tarde com um 4° ano no município de Gravataí, na E.M.E.F Augusto Longoni.Tanto a escola do turno da manhã, como a do turno da tarde são instituições públicas regidas por uma secretaria de educação (SMED).

 A escola do turno manhã é uma instituição de grande porte, composta por 40 turmas, dividida em dois turnos e é constituída a partir do 1° ano até a 8ª série. Aos sábados e domingos funciona a Escola Aberta, com várias oficinas oferecidas a toda a comunidade, que está bastante envolvida nesse projeto, disputando avidamente as vagas disponíveis.

Na escola do turno da manhã tenho a aluna Francisca (nome simbólico), que apresenta através de laudo necessidades especiais. A aluna já fez tratamento com fonoaudióloga (APAE). Atualmente tem acompanhamento com psicóloga e terapeuta ocupacional. Foi encaminhada para sala SIR (Atendimento Especializado para alunos de Inclusão da Prefeitura de Cachoeirinha). Como relatei na atividade anterior a aluna está repetindo a 4ª série. É uma aluna que participa das atividades, dentro das suas limitações. Nas testagens feitas pela psicóloga, apresentou na área da inteligência verbal desempenha um nível médio. Em nível limítrofe encontram-se as capacidades de conceituação verbal e apreensão retenção de conceituação verbal e apreensão e retenção de informações gerais, dificuldades na motricidade entre outras que acrescentarei o restante das informações no estudo de caso.

     Já na escola do turno da tarde, como estávamos em pleno estudo, reforma, reestruturação do PPP e do Regimento Escolar. Até porque tínhamos incluímos um novo projeto da escola que é a Turma de Aceleração. Nesse projeto constavam alunos com dificuldades na aprendizagem e defasagem em relação à idade e série. Constatamos que o número era elevado de alunos que se encontravam com essas dificuldades e tivemos que abrir duas turmas. Tenho certeza que estamos dando um grande passo, tanto em relação ao processo de inclusão como também de integrar esses sujeitos à sociedade, valorizando sua bagagem de conhecimento, aprimorando e reestruturando sua aprendizagem e com isso elevando sua estima.  Os alunos que estão inseridos na turma de aceleração poderiam ser promovidos a qualquer tempo, desde que atinjam as competências traçadas nos planos de estudos, avançando para a série seguinte. Para conseguirmos dar esse passo foi preciso chamar todos os pares da escola, esclarecer esse projeto, consultar os alunos que poderiam participar, e colocar seus pais / responsáveis cientes desse processo.

A escola de hoje está mais preocupada com o sujeito em um todo, desde o seu desempenho como aluno, pessoa e cidadão. E devido a isso vem trabalhando dentro de uma concepção teórica progressista visando à aprendizagem do cidadão com um todo, buscando sua inclusão na sociedade, pelo menos é o que vejo na escola em que trabalho.

     Dentro disso as normas e as avaliações são flexíveis, com o qual permite observar com mais detalhes o desenvolvimento e a aprendizagem do sujeito em sua totalidade.

      No presente ano, a escola do turno da tarde tem uma turma de inclusão, onde tem uma moça de 14 anos, junta com os demais alunos de 3° ano, antiga segunda série, onde a mesma apresenta em seu laudo algumas necessidades especiais, incluindo a agressividade, onde a mesma já bateu em vrias crianças, mas a mesma está no presente momento sem acompanhamento, porque a mesma mudou e não conseguiu continuar, a escola está tentando conseguir novos acompanhamentos em nosso município, mas somos sabedores que não é algo fácil e que a espera e fila é longa.

     E por último temos na mesma sala um menino chamado (P), que apresenta vários problemas de transtornos psicológicos, onde a escola já conseguiu vários acompanhamentos, desde com neurológico, psicológico entre outros, mas como a mãe é usuária de drogas pesadas, não segue adiante, ficando o aluno a encargo da professora, orientadora e demais colegas da escola. Esse aluno já se encontra a uns quatro anos na escola.

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*Obs.: Correção após sugestões da tutora:

     Nesse ano de 2009 a escola Augusto Longoni abriu uma turma de inclusão, porque sabia que iria receber uma menina chamada Vitória (nome fictício), vinda de um outro município através da SMED, com laudo médico, e na mesma turma iria ter o aluno (P) que já vinha apresentando há vários anos os disturbios que relatei anteriormente, e por esse motivo que a turma ficou com o nome de "Turma de Inclusão". Nos dois primeiros dias de aula eu fiquei com essa turma, e até as próprias mães perguntavam porque a turma recebia esse nome.

     A aluna Vitória não estava nas duas primeiras semanas de aula, se encontrava em processo de mudança de cidade.

     No laudo o médico relata sobre essa situação da agressividade e da dificuldade na aprendizagem, mas agora ocorreu a prova de progressão, e com isso a aluna foi promovida para o 4° ano, passando para o turno da manhã. E foi trocado o nome da turma para 3º D. 

     Em relação ao aluno (P), a escola já vem há anos tentando de tudo para ajudá-lo, junto com seu irmão menor e sua mãe, mas sem êxito algum, porque a mãe é usuaria de drogas pesadas (crack, cocaina...) e não tem companheiro fixo. A mãe coloca seus filhos a pedir na rua para trazer dinheiro para dentro de casa, quem relatava isso era o filho menor que se encontrava no pré.

     O aluno (P) foi encaminhado para o CEACAF (Centro de atendimento a Criança, Adolescente e Família), onde tem os seguintes atendimentos: psicóloga, psiquiatra, psicopedagoga, serviço social, neurologia, hebiatra e terapia da família, mas por vários motivos, desde brigas, desordem, desobediência e o não comparecimento da mãe nas reuniões e chamamentos, o aluno acabou perdendo mais esse auxílio.  

     Na escola Portugal somente a aluna Francisca possui laudo, no turno da manhã, por isso é o que posso relatar sem comprometimento de dados, e no turno da tarde nenhum aluno possui laudo. Sabemos que muitos alunos precisam de atendimento especial, mas sem comprometimento do município e dos pais, não podemos fazer muita coisa.